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terça-feira, 15 de março de 2011

Nova Ordem - Os paradoxos dos jovens suburbanos embalados sob punk rock


Jéssica Alves


Surgido em meados da década de 70, nos Estados Unidos, mas posteriormente popularizado na Europa, sobretudo Inglaterra, o punk rock chegou ao cenário musical com músicas aparentemente simples, se levar em questão o sentido técnico, porém os temas abordados em suas letras levam o ouvinte a uma verdadeira reflexão sobre questões políticas e sociedade. Tudo sem deixar de lado, relacionamentos, diversão, sexo, drogas e temas do cotidiano juvenil.

Apesar de ter surgido há mais de três décadas, o estilo
ainda é um grito de liberdade para diversos jovens ao redor do mundo. Não é diferente da banda amapaense novaordem (escrito nessa grafia). Surgida em 2007, por iniciativa dos amigos Diego Meireles e Jackson e convidando os demais componentes (na época, Iann Magalhães, Pedro Santiago e Murilo Rodrigues) com o intuito de tocar músicas que retratem os conflitos e anseios da juventude suburbana macapaense.

Inspirados em Legião Urbana, os amigos, que também eram acadêmicos da Universidade Federal do Amapá (Unifap), iniciaram ciclo de apresentações durante as festas da instituição de ensino superior.

Atualmente, a banda é formada por Diego Meireles no vocal, Dyego Bucchiery na guitarra, Murillo Rodrigues na segunda guitarra, Beto no contrabaixo e Gabriel Taz na bateria. A mistura de talentos resultou em uma das bandas mais divulgadas e reconhecidas no cenário local atualmente.

Naturalmente, com o passar do tempo, a banda acabou criando identidade própria e cada vez foi se firmando no estilo punk. “O estilo de tocar dos componentes foi ficando cada vez mais veloz e forte, com pegadas aceleradas. Bandas como Ratos de Porão, Matanza e Bad Religion foram fundamentais para que a novaordem assumisse sua identidade”, destacou o baterista, Gabriel Taz.

No entanto, a novaordem fundiu em suas músicas outro estilo que exige velocidade e peso: o heavy metal. “O Murilo, atual guitarrista e o Iann, ex-baterista sempre ouviram heavy metal e acabaram incorporando o estilo para o punk da novaordem. Com isso, a galera que escutou acabou criando um estilo próprio para a banda, o punk-metal (risos)”, revela Gabriel.

Em 2009, a banda lançou o seu primeiro EP, intitulado "Direito Civil", que acabou abrindo portas para a divulgação das músicas. A partir daí, convites para tocar em eventos de rock e festival não pararam de aparecer.

Desde então a novaordem já se apresentou em eventos dentro e fora do Estado do Amapá, tais como: Projeto Escadaria, (Teatro das Bacabeiras, Macapá, 2008), Palafita na fita, (Macapá, 2008, 2009), Projeto Botequim (SESC, Macapá, 2009), Feira Cultural Universitária, (UNIFAP, Macapá, 2010), Feira Universitária, (UEAP, semana de filosofia, Macapá, 2010), Liberdade ao Rock, (Praça da Bandeira, Macapá, 2008, 2009, 2010), Liverpool Rock Bar, (Macapá, 2009), Festival Quebramar, (Macapá, 2008, 2010), Grito Rock Santana, (Santana, 2009), Fórum Social Mundial, (Pará, 2009), Grito Rock (Macapá, 2009, 2010), Grito Rock Abaetetuba, (Pará, 2009), Ná Figueredo, (Pará, 2010), Garagem Universitária, (UNIFAP, Macapá, 2010), Festival Açaí com Pólvora, (Macapá, 2010), Porão Hardcore, (Macapá, 2010) e Feira Cultural da Faculdade SEAMA, (Macapá, 2010).

Letras marcantes

Em suas letras, a banda procura mostrar as convicções e paradoxos dos jovens suburbanos da capital do Estado, bem como ilustrar situações e citar pontos de referência de encontros das tribos urbanas em letras como Embalos de Sábado à Noite:

“É segunda-feira não quero acordar, quem tem emprego, você tem que trabalhar? Se eu trabalho não tenho tempo pra fazer o que eu gosto, pra fazer o que eu quero e se eu não tenho emprego eu não tenho dinheiro pra fazer o que eu gosto, pra fazer o que eu quero. Então é sábado eu não tenho dinheiro, vou pra Praça da Bandeira e depois pro Formigueiro.”

Ou com caráter critico social como na letra de Sétimo Dia, canção mais conhecida da banda:
“Uma criança foi estuprada, o estuprador foi assassinado, o assassino foi violentado e o mal continua solto. Reze mil anos pela cura da humanidade, quem fez de Deus um ditador? Nosso câncer é a nossa estupidez, guerra nuclear.”

Clipe e segundo EP

Em fase de finalização das novas músicas, a banda está com diversos projetos para este ano. Entre eles está o lançamento do clipe de “Direito Civil”, em parceria com fotógrafo e produtor audiovisual, Alexandre Brito. “Após este lançamento, vamos preparar para divulgar e lançar o nosso segundo trabalho ‘Flores e Velas’, que provavelmente será no fim desse semestre”, destaca Taz.

Liberdade ao Rock

Na cena local, a novaordem foi a percussora do Liberdade ao Rock, evento independente que, há três anos, une bandas de variados estilos do gênero a cada duas semanas, na Praça da Bandeira. O evento nasceu após uma apresentação da banda na Unifap.

“Antes, o Diego, que era acadêmico de Artes, promoveu uma festa de rock na Universidade e chamou algumas bandas de amigos para tocar. Após o resultado positivo, partiu-se para ampliar esse evento, sendo realizado em local público e de fácil acesso. Assim surgiu a Liberdade”, explica o baterista.

Conhecida por fazer shows energéticos, cheios de atitude e velocidade, a banda passará algumas semanas sem se apresentar, para dedicação dos projetos. “Essa será uma pausa temporária. Vamos nos concentrar, sobretudo, no lançamento do clipe, para retornamos aos palcos e divulgar nosso novo trabalho”, ressalta Gabriel.

Serviço

A banda se apresentou no dia 11 de março, no Grito Rock, edição Santana, na mesma noite da banda paraense de punk, Delinquentes, que possui mais de vinte anos na estrada, participando de inúmeros festivais Brasil afora. Para mais informações, acesse o endereço da banda no Toque no Brasil www.toquenobrasil.com.br/rede/novaordem

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