Depois de meses de planejamentos e
economias, eis que chegou minha hora de partir para São Luís (MA), curtir o
Metal Open Air, prometido como o maior Festival de Metal das Américas. Alegria
e euforia não faltaram em minha ida a chamada ‘’Cidade dos Azulejos’’. Entretanto, nem tudo foi um mar de rosas,
pois em vários aspectos, o que era para ser um sonho, tornou-se cinzas, por culpa
da desorganização.
A primeira edição do Metal Open Air,
popularmente batizado de M.O.A, realizada em São Luís (MA) ganhou espaço em
jornais, revistas, televisão, internet de todo o país, especialmente pela série
de polemicas que foram tona.
Marcado para acontecer entre os dias
20 a 22 de abril, o evento sofreu com o cancelamento de diversas bandas,
incluindo alguns dos headliners - como Anthrax, Blind Guardian e o Rock N' Roll
All Stars. Das 47 bandas previstas, 13 subiram ao palco e dentre as mais esperadas
apenas Megadeth fez seu show. Também houve cancelamento de bandas nacionais por
falta de pagamento de cachês (Hangar, Andre Matos, Shadowside, entre outros).
Com todos os problemas, o festival teve atrasos enormes nos seus dois primeiros
dias e acabou cancelado no domingo.
Além disso, houve a falta de estrutura
adequada para atender a aproximadamente 10 mil pessoas, com apenas uma
churrascaria, poucos banheiros funcionando, camarotes precários, e no camping,
os usuários foram impedidos de entrar com comida e tiveram que dormir em
estábulos.
E já que estávamos lá, o negócio era
para curtir os shows, que não decepcionaram nem um pouco. A primeira banda a
subir no palco foi a Exciter, do Canadá e apesar de eu perder o início da apresentação,
pude sacar o som dos caras apenas observando o show. Muito bacana a presença de
palco, mas pena que a qualidade do som comprometeu um pouco essa observação.
Mas tudo bem, valeu, curti a música dos caras e deu um gás para o inicio dos
shows.
No outro palco, subiu a banda
Orphanned Land, de Israel, que inclusive aparece no documentário ‘’Global
Metal’’ (2008). Apesar de conhecer pouco o som dos caras, gostei do show, que
teve momentos engraçados, como o vocalista Kobi Farhi, vestido de branco, igual
Jesus Cristo, e logo disparou um, "Eu não sou Jesus Cristo, mas, se ele
estivesse vivo hoje, a música que ele mais ouviria seria Heavy
Metal". E o show nos mostrou a
interessante mistura de música tradicional do oriente com heavy metal. o
guitarrista Yossi Sa'aron (Sassi), transbordava sorrisos e simpatia, o que
cativou a muitos presentes. O fim do show foi uma reunião de varias bandeiras
no palco, inclusive de times brasileros e muita euforia da banda. Ponto para os
israelistas.
Mudança de palco, agora é a vez dos brasileiros do
Almah, confesso que o show mais aguardado por esta blogueira e fã da banda. O
palco estava com melhoras no show, o que foi positivo para a banda. Hits marcantes como ‘’King’’, ‘’Living and Drifint’’, ‘’Trance of Trait’’,
‘’Beyond Tomorrow’’, entre outros. Um show muito esperado, que rendeu em diversos
elogios, pois a performance do quinteto formado por Edu Falaschi (vocal),
Marcelo Barbosa (guitarra), Felipe Andreoli (baixo), Marcelo Moreira (bacteria)
e o novo guitarra, Gustavo Di Padua (substituindo Paulo Schroeber, que saiu da
banda por motives de saúde), foi de pura energia e satisfação de estar naquele
palco.
Em um momento inesperado, Edu soltou o verbo. lguém teria dito que aquela deveria ser a última música. A atitude do vocalista mudou. "Ah é? Nós estamos aqui tocando de graça. Quando houve aqui aquele outro evento pra divulgação do MOA eu paguei o hotel do meu bolso e agora eu só posso tocar mais uma música? Pois nós vamos tocar todo o setlist que está aqui, que nós formatamos pra essa galera aí. Tem banda gringa esperando pra tocar no outro palco? Vai esperar!!!’’. Boa Edu!!
Em um momento inesperado, Edu soltou o verbo. lguém teria dito que aquela deveria ser a última música. A atitude do vocalista mudou. "Ah é? Nós estamos aqui tocando de graça. Quando houve aqui aquele outro evento pra divulgação do MOA eu paguei o hotel do meu bolso e agora eu só posso tocar mais uma música? Pois nós vamos tocar todo o setlist que está aqui, que nós formatamos pra essa galera aí. Tem banda gringa esperando pra tocar no outro palco? Vai esperar!!!’’. Boa Edu!!
A banda canadense Anvil subiu ao palco e fez um show muito bacana, mas pena que em nenhum momento deu para ouvir a voz do vocalista, o que me fez pensar que era uma banda instrumental. E o baterista merece meu detaque, pelos ótimos solos na cozinha musical.
O som da motoserra anuncia que o Destrucion veio e como já estava na grade, pude conferir de perto a quebradeira que foi o show dos alemães. Embora com grandes clássicos, como ‘’Nailed to the Cross’’, ‘’Bestial Invasion’’ e ‘’Curse The Gods’’, o som voltou a dar problemas para quem estava mais afastado do palco. Mas tirando isso, a banda foi insanamente bem e mandou ver. Canseira no pescoço depois do show.
Mas quem disse que a quebradeira parou por aí? Troca de palco e o Exodus chega dando o recado, Rob Dukes tem uma grande presença de palco, anda como um louco e comanda a tropa de fãs como um grande general. Um dos maiores moshs já visto aconteceu durante a apresentação dos estadunidenses. Vale, um dos melhores shows do festival!
Finalmente, o Symphony X chegou e mostrou a qualidade de um prog metal feito por feras. Digno de DVD, a banda formada por excelentes músicos não decepcionou e mandou bala nas variações de solos, vocais e composição que rendeu a admiração de músicos em todo o mundo. Valeu Symphony!!
E, por fim, o show mais esperado da noite, no palco cujo nome homenageia o grande baixista do Metallica. Megadeth e Dave Mustaine estava estranhamente simpático e conversava bastante com a galera, enquanto intercalava clássicos como Trust e A Tout Le Monde com músicas do disco novo, como Public Enemy No 1. Infelizmente, o show me decepcionou, pois houveram problemas em sua guitarra e várias interrupções na tentativa de arrumar o instrumento. Dave chegou a dizer que apenas cantaria, deixando a guitarra exclusivamente para Chris Broderick, até que, por fim, Peace Sells, e Vic Rattlehead sobe ao palco e começaram os "goodbyes". Ainda voltaram para um bis, mas todos tivemos que acreditar o show do maior headliner tinha durado tanto quanto uma atração normal, mais ou menos 1h, de forma morna e sem emoção.
Sábado
Em uma tarde conturbada, com boatos de
cancelamento do evento, e cancelamento oficiais de bandas headlines como Blind
Guardian e Anthrax, somente as 18h
maratona de shows do M.O.A teve inicio.
A banda maranhense Ácido iniciou as
atividades, com um som thrash metal que até agrada, entretanto a postura do
vocalista no palco me fez perder o respeito pelo show todo.Com agressividade
banal e desnecessária, ele ainda tentou animar o publico perplexo pelo
ocorrido, mas não funcionou e o jeito foi continua tocando.
Logo, chega a baanda Dark Avenger, de
Brasília, que leva um tradicional heavy metal, desde o som ate o visual do vocalista
(cabelão, camiseta de banda e jaqueta de couro). Agudos poderosos, solos
matadores e um som muito interessante, curti o som dos caras e espero vê-los
mais vezes.
Ao fundo do palco Cliff, que agora era
o único ‘’em atividades’’, a logo do Legion of the Damned anuncia que eles são os próximos a tocar no
M.O.A. na grade foi difícil prestar maiores atenções ao som dos caras, mas deu
para sacar que eles tem um publico consolidado no Brasil.
Por fim, entra no palco os brasileiros do Korzus, e um show que surpreendeu a todos pela magnetude, atitude dos membros da banda e energia do publico, que rendeu em um dos moshs mais insanos da historia headbanger no Brasil.O vocalista do Korzus, Marcello Pompeu ainda esteve disposto reconhecer o sofrimento do público, a quem chamou de “verdadeiros guerreiros do metal”.
Com clássicos da banda, partipacao de Vitor Rodrigues (ex-Torture Squad) e "Gigante pela própria natureza...". Os paulistanos da banda Korzus protagonizaram um dos melhores momentos do Metal Open Air (MOA). Assumindo o público após a apresentação da Legion of Damand, e entendendo as dificuldades dos produtores do festival, a banda de Trash Metal manteve o compromisso de fazer com que os headbangers esquecessem um pouco toda a frustação dos dois primeiros dias do MOA.
Em um dos momentos mais marcantes da apresentação, a banda puxou um trecho do hino nacional e convidou a imprensa presente no evento a estar no palco para registrar a persistência do público.
Foi um desempenho entusiasmado, o que é significativo, levando-se em conta que a empresa que fazia o controle do som das bandas havia debandado, assim como a das luzes, assim como a responsável pela montagem do camarim etc. Preferindo não se identificar, alegavam falta e pagamento e “medo de o público se revoltar”.
Fontes:
Whiplash
G1
Wikipédia
PS. Problemas com conexão impediram de postar mais fotos bacanas do evento, mas vc pode acessá-las no meu Facebook, no álbum METAL OPEN AIR