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segunda-feira, 22 de julho de 2013

domingo, 21 de julho de 2013


Spirit: música e experimentalismo


Local: Museu da Imagem e do Som do Amapá (MIS-AP)
Data: 16/07/2013
Artista: Alan Flexa
Relacionadas: Morrigam, Desiderare, Sebastian Bach, Beto Guedz



Bruno Blackened Monteiro
          
  Som ambiente, viajante, reflexivo, soturno e místico: assim foi o Recital Spirit, de ALAN FLEXA (teclado, MORRIGAM). Tendo como palco o Museu da Imagem e do Som do Amapá, o músico, sob ambientação aura e mística, composta por velas, incensos e candelabros, executou diversas composições de seus discos solo e algumas interpretações, com foco no álbum Spirit, que mostra influências de música indígena e New Age.
           
Às 20:15h, depois de cumprimentar a platéia e agradecer à equipe organizadora, ALAN executa The Universe, cujo clima nos transporta ao espaço sideral, como uma viagem ou simplesmente andando a ermo na superfície de um planeta ainda inabitado.
            
 

Continuando o recital, vem Orbit, cujas vozes que acompanham o instrumental nos deixam com a impressão de estarmos dentro de um foguete prestes a decolar. Na esteira dessa, veio Enigma (do EP Sirex), que parece ter sido feita para acompanhar algum tipo de ritual.
          

Quebrando um pouco a atmosfera obscura apresentada até aqui, vem Amor de Índio (BETO GUEDZ cover). Aqui, a interpretação fica por conta de ALAN FLEXA no violão, Lara Utzig (DESIDERARE) no vocal, Edilson no baixo e Hian na bateria. Ao final, ALAN dedica a música à sua esposa.
           



Voltando a atmosfera sombria (que neste ponto fica mais sombria ainda, com a iluminação agora feita apenas pelas velas), ALAN toca uma sinfonia de Sebastian Bach, seguida de O Grande Espírito, cuja interpretação feita em uma flauta pelo músico é acompanhada por um tipo de mantra ou reza indígena.




           
Começando com uma orquestração grandiosa e depois indo para algo mais calmo, vem Terra de Santa Cruz, seguida de Rising Sun e, com inspiração nas grandes navegações de 1500, Caravelas. Para encerrar o Recital Spirit, ALAN chama mais uma vez Lara, Edilson e Hian para tocar Verequete.



O músico agradece ao Museu da Imagem e do Som, a equipe que tornou o recital possível e a platéia, sendo ovacionado com entusiasmo pela mesma. Apesar de ser mais conhecido na cena Metal amapaense, ALAN FLEXA mostra sua versatilidade musical com composições de ótima qualidade e muito bom gosto, com interpretações magistrais e bem executadas. Parabéns e obrigado por sua música, ALAN!


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Dia Mundial do Rock em Macapá





Por Bruno Blackened Monteiro e Jéssica de Paula Alves

Feliz Dia Mundial do Rock! 

Organizado pelo Liberdade ao Rock e pela Sonora Produções, o evento em comemoração ao Dia Mundial do Rock aconteceu na Praça da Bandeira e contou com um cast extenso de bandas e dois palcos, um de cada organizador, com shows alternados: enquanto rolava um grupo no palco do Liberdade, o outro que ia tocar no palco da Sonora arrumava os equipamentos.

            Passeando pelo local, tivemos a oportunidade de conferir as barracas de merchandising e trocar idéias com os metalheads que olhavam os produtos. No quesito público, a praça estava praticamente cheia, um dos maiores que um evento grande já teve.


            E por falar em trocar idéias, também tivemos a oportunidade de conversar com os integrantes da headliner do evento: AE-ONS. Oriunda da Guiana Francesa, o grupo é composto por Patrick (vocal), Lucas (guitarra), Laurent (baixo) e Brian (bateria), todos simpáticos e receptivos. A banda pratica Thrash Metal do jeito que o estilo pede: pesado, energético e agressivo. Antes mesmo do show deles começarem, na passagem de som, rodas foram feitas até mesmo na lama.

            Depois do passeio, chegou a hora de conferir as bandas. Grupos como DESIDERARE, SUICIDIO, INTRUHDER E MORRIGAN animavam o palco do Liberdade ao Rock (comandado por Hian Lima) enquanto MENTAL CAOS, KEONA SPIRIT, HIDRAH, OBTHUS, AMATRIBO e a atração principal AE-ONS tocavam no palco da Sonora Produções (comandado por Bio Vilhena).




            Com nossa atenção mais voltada ao palco da Sonora, assistimos ao show da KEONA SPIRIT e conferimos mais uma aula de Heavy/Power Metal de qualidade. Angels Cry (ANGRA cover) abriu a apresentação, seguida da autoral Shadow Lord e The Number of the Beast (IRON MAIDEN cover). Performance impecável, completada pela animação e empolgação dos metalheads, que bangueavam e agitavam sem parar, do início ao fim.



            Minutos depois, momento de conferir a HIDRAH. Neste show, concentraram-se apenas no material autoral, tocando as já conhecidas Desert Fields e Reign of Fire e as inéditas Another Way e Mankind, ambas mostrando muito peso, riffs e melodias marcantes. A maior platéia que a banda já teve, segundo a vocalista Hanna Paulino.




            Sem deixar a peteca cair, OBTHUS. Capitaneada pelo vocalista Diego Soares, executaram duas músicas autorais e dois covers (Enemy of God [KREATOR] e Beneath the Remains [SEPULTURA]), levando os metalheads à total euforia, com mais rodas sendo feitas na lama mesmo.



            Um show com dedicatória aos parceiros Jork e Heliton Coelho: assim foi a esperada apresentação da AMATRIBO após um período longe dos palcos, pois a banda está concentrada na gravação de seu primeiro álbum. Código de Conduta iniciou o repertório, seguida de algumas músicas inéditas e culminou com o grito de Guerra, que teve direito a gravação de um clipe. Um reencontro arrasador com seu público!




            Após uma pausa, chegou o momento da headliner AE-ONS mostrar a que veio! Composições como Autopsy of an Asshole, Make Me Stronger, Aeons of Disorder e Defected in the Brain colocaram os metalheads para festejar, banguear, gritar e aplaudir freneticamente. Para alegria dos presentes, o grupo ainda levou Refuse/Resist (SEPULTURA cover).




            Fechando o Dia Mundial do Rock na Praça da Bandeira, MORRIGAM com o seu folk/death metal que vem conquistando vários fãs. Infelizmente a apresentação da banda foi reduzida a duas músicas, devido ao atraso no horário estipulado. Mas a banda mandou o seu recado e mostrou que mesmo com dificuldades, o metal deve ser levado para o seu público, que aplaudiu e vibrou com o som.


            Mais um evento para a cena rock amapaense, feito com muito esforço e satisfação, que foi recompensado com um bom público e reuniu grandes bandas do meio local, juntos celebrando este grande estilo, que vai além das fronteiras da música. Viva o rock.


Acompanhe mais fotos do evento na nossa página do FACEBOOK
           

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Especial - Underground: alguns nomes do Brasil que merecem destaque

Em comemoração ao dia mundial do rock (13 de julho) o blog Olhar Alternativo realiza hoje uma homenagem ao bom e inovador metal do Brasil, que indiscutivelmente tem grande qualidade ao longo de muitos anos, desde a década de 80, com a formação de grandes nomes como Sepultura, Sarcófago, Stress, passando por Angra, Krisiun, Korzus, etc. E seguindo esta leva, o Brasil acaba revelando grandes talentos, que são dignos de serem conhecidos. Com este objetivo, o blog faz um apanhado de nomes recentes da cena metal que ganham destaque não apenas pela qualidade do som, mas também pela fidelidade ao metal, com a pura essência de fazer um som de ótima qualidade, que ganha o respeito de muitos brazucas e também dos gringos. Alguns nomes os macapaenses já tiveram oportunidade de curtir ao vivo. Confira.

Disgrace and Terror




Thrash metal oitentista é o que comanda o som do Disgrace and Terror, banda vizinha nossa, formada em 2001 na cidade de Belém (PA) e conta com os membros Rot (vocais), Aldyr Rod (bateria) e Rômulo Machado (contrabaixo) e Renato Costa (guitarra). Eles  já tem seu público consolidado por Macapá. Com três trabalhos lançados (a demo “The War” de 2003, o split “Terror Nuclear” de 2009 e o álbum “Shadows of Violence” de 2005, além a edição especial da turnê européia, de 2011) a banda é um dos grandes nomes do metal paraense, que já tocou em shows importantes como o Brutal Devastation, um dos maiores festivais do underground brasileiro, realizado em Belo Horizonte, Minas Gerais. Em 2011 a banda completou 10 anos de estrada e fez uma turnê por seis países da Europa (Alemanha, Bélgica, Espanha, Países Baixos, Polônia e Portugal). Durante a turnê, fecharam com três gravadoras, da Alemanha, de Portugal e da Espanha para, ao longo de 2012, gravar trabalhos. Em setembro, a banda abrirá o esperado show da banda Destruction.

Gestos Grosseiros



 
Outra conhecida dos macapaenses, que tiveram oportunidade de ver os caras em 2012. Os caras são da cidade de Garulhos (SP) e tem mais de dez anos na batalha. Com os seguintes trabalhos lançados: “No Rest” demo 2001, “First Pain” demo 2003, “Countdow to Kill” debut 2008 e “Satanchandising” álbum 2011, o Gestos vem ganhando um público fiel por onde passa, levando um potente death metal para diversas regiões brasileiras. Formada por Andy Souza (vocal e bateria), Danilo Dill (baixo e vocal) e Kleber Hora (guitarras), o “power trio” também embarcou para shows internacionais, como no Chile, e apresentações com grandes nomes, como Krisiun, Vader, Marduk e Incantation. Durante 2011 e 2012, diversas apresentações com Nervo Chaos, Centurian (Hol), Misery Index e Dying Fetus (EUA), Into Darkness (GER) e outros grandes nome do metal nacional. Além disso, a G.G. roda o Brasil na sua segunda Tour (Satanchandising Tour 2011/2012)l, onde passa por Brasilia, Santa Catarina, Rio G. Sul, Amapá, Manaus e outros estados do Brasil, sempre apoiando e valorizando a cena underground.

Violator




Thrash Metal porrada é o que faz a Violator, banda formada em 2002 em Brasília (DF). Com os membros Pedro Arcanjo Pedro Augusto Márcio Cambito e David Araya. Depois de uma demo gravada ao vivo (Killer Instinct - 2002), duas compilações underground (Metalvox # 1 e Fast Food Thrash Metal – ambas de 2003) e dezenas de gigs em todos os buracos do Distrito Federal e região, o Violator teve a oportunidade de viajar para Assunção e tocar em terras paraguaias. Além disso, foi convidada para abrir o show de lenda do Thrash Alemão, Destruction e dos gringos deathbangers do Malevolent Creation. Após o lançamento da demo intitulada de Killer Instinct, a banda assinou com a gravadora "Kill Again Records" de Antonio Rolldão. Desde esse período o banda fez turnê através do Brasil e mais tarde na França, Paraguai, Argentina, Chile, Uruguai, Venezuela, Japão, Bélgica e Itália.

Nervo Chaos




Velho conhecidos dos headbangers de Macapá, o NervoChaos é considerado por muitos como um dos grandes nomes atuais do metal extremo, o NervoChaos é um grupo com quase 20 anos na estrada – formado em 1996 na cidade de São Paulo (SP) – mas que sempre manteve-se na cena underground com o objetivo de levar seu death metal nervoso para os quatro cantos do país. Mas essa meta foi além. Com cinco álbuns de estúdio, “Pay Back Time (1998), “Legions of Spirits infernal” (2002), “Quarrel in Hell” (2006), Battalions of Hate” (2010) e “To the Death” (2012), a banda paulista formada atualmente por Edu Lane (bateria), Guiller Cruz (guitarra e vocal) Luiz Henrique Parisi (vocal e guitarra) e Felipe Freitas (baixo), vem ganhando crescente destaque, com uma intensa agenda por várias cidades brasileiras e recentes turnês na Europa e América do Sul.

 Cangaço




Formado por Rafael Cadena (vocal e guitarra), Magno Lima (vocal e baixo) e Arthur Lira (bateria), a banda formada em Recife (PE) no ano de 2010 tem como característica novas texturas musicais baseadas na Música tradicional brasileira e no Metal moderno. Em maio de 2010, se destaca como banda vencedora da Seletiva do Wacken Metal Battle Brasil, evento que selecionou uma dentre setenta e cinco bandas inscritas de todo o Brasil para tocar no Metal Battle da Alemanha, que aconteceu dentro do Wacken Open Air 2010 entre os dias 4 e 7 de agosto, maior evento de metal do planeta que contou também como atrações bandas como Iron Maiden, Slayer e Soulfly. Com isso, o grupo ganhou grande espaço na maior revista especializada em Heavy Metal do Brasil, a RoadieCrew, tendo destaque em três edições da revista. ritmos típicos do nordeste são parte integrante e indissociável do Thrash/Death que a banda desenvolve. Em janeiro de 2013 lança seu primeiro álbum, intitulado “Rastros” realizando varias apresentações em diversas cidades brasileiras.  

Jackdevil




No Maranhão também tem metal. Prova disso é a banda JackDevil, formada em 2010 na cidade de São Luís (MA), idealizada por      Andre Nadler (vocal/guitarra) e Renato "Speedwolf" (baixo) deu seus primeiros passos em meados de 2010, e logo pode contar com o apoio de Ricardo Andrade (guitarra) e Filipe "Stress" Oliveira (bateria). Logo nos primeiros meses de formação a banda já trabalhava em seu primeiro EP (Under The Satan Command), que teve bastante notoriedade na cena underground e levou a banda a ser escolhida pelos leitores do site Whiplash.net como Revelação de 2012. Em janeiro de 2013 a banda lançou seu segundo EP (Faster Than Evil). O quarteto maranhense    aposta na coesão sonora, englobando faixas rápidas e pesadas com outras mais trabalhadas e melódicas, mantendo como características principais a vontade em mostrar algo novo buscando influências do passado, mas sem soar datado. Ao longo deste tempo o JACKDEVIL já foi destaque em revistas especializadas em Heavy Metal, sites e blogs nacionais e internacionais e já se prepara para lançar mais material até o final de 2013.

Anonymous Hate




Apesar de a banda ter encerrado atividades em março deste ano, após a morte do guitarrista e um dos fundadores, Heliton Coelho, destaco aqui a banda amapaense que conseguiu feitos inéditos para a cena local. Formada no final de 2007, com o intuito de fazer um som agressivo e original, a banda se estabilizou com Fabricio Goes (guitarra e voz), Alberto Martinez (bateria), Victor Figueredo (vocal), Romeu Monteiro (Baixo) e Heliton Coelho (guitarra – R.I.P) lançando os seguintes trabalhos: a promo “Worldead” (2010) com 3 faixas: “Empire And Faith”; “Worldead” e “Profanation”, com repercussão positiva na mídia especializada, chegando a participar de uma coletânea internacional lançada pela gravadora Torn Flesh Records (Estados Unidos) Em 2011, a banda lança seu primeiro álbum “Chaotic World” com 10 faixas, ganhando expressiva notoriedade, rendendo a participação em coletâneas como: Die Fight – Metal Underground, Endless Massacre IV, ambas internacionalmente reconhecidas. E também publicações na mídia impressa e digital, entre elas; Roadie Crew e Whiplash, respectivamente. Para a divulgação do disco a banda realizou vários shows locais, ganhando respeito e reconhecimento do público amapaense. No ano de 2012, a Anonymous Hate lançou mais um trabalho, o EP “Red Khmer”. Mais uma vez bem recebido pelo público e mídia especializada (inclusive a revista Roadie Crew) e ainda recebendo vários convites para shows e festivais em outros estados.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Amapanime Vacation

Bruno Blackened Monteiro




            Um ano (e alguns dias depois) e aqui estou eu novamente na ASSEMP para conferir mais uma edição do Amapanime Vacation (ou Amapanime de Férias). Como no ano passado, o clima bom colaborou para que o evento transcorresse com piscina liberada, campo de futebol e mesas de bilhar para animar mais a festa.
Afora isso, também era possível divertir-se nos stands, que vendiam produtos, organizavam torneios de jogos (como Marvel VS Capcom 3, Super Smash Bros. Brawl e Pokémon), ofereciam free play e os tradicionais concurso de cosplay e shows de bandas de Rock/Metal locais.

Depois de passear pelo local para conversar com amigos, conhecidos e apreciar as atrações, chegara a hora da KEONA SPIRIT “meter fogo” novamente no Amapanime de Férias.



Depois de ajustarem os equipamentos, Ravel Amanajás (vocal), Thommil Monteles e Michel Trajano (guitarras), Dyuna Monteles (teclado), Marlon Trajano (baixo) e Amisadai Iglesias (bateria) subiram ao palco e, após cumprimentarem a plateia, começaram com o petardo Angels Cry (ANGRA cover), o que serviu de aperitivo para a destruição que ainda estava por vir.


Depois, vieram Call Me in the Name of Death (HANGAR cover) e Shadow Lord, com grande interação entre músicos e platéia, que assistia entusiasmada e bangueava freneticamente. Nem mesmo na parte calma de Shadow Lord as rodas pararam (!).


O set continuou com Wasted Years (IRON MAIDEN cover), com direito até a um membro da plateia tocando gaita lá pelo meio da interpretação! Inpagável! Logo depois, Time (ANGRA), I Want Out (HELLOWEEN) e, encerrando o show, Lisbon (ANGRA). Senti falta de Distant Thunder (SHAMAN) e da autoral Iron Soul, mas, no geral, foi uma ótima performance!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Entrevista: Warpath e Baixo Calão






Voltando a pisar em terras amapaenses a WARPATH (Thrash Metal) foi novamente convidada como headliner da primeira edição do Undergrind – O Retorno dos Malditos, que contou também com a participação da banda paraense Baixo Calão (Grindcore). Os grupos já se apresentou outras vezes por aqui e  tem um público fiel. Aproveitando a oportunidade, o blog Olhar Alternativo bateram um papo nada convencional em dose dupla com membros de ambas as bandas. Acompanhe!

Por: Bruno Monteiro e Jessica Alves

Warpath

Como foi o início da banda?
Márcio: começamos já faz treze , quatorze anos. Começamos como MERCY KILLIN e já tocamos em Macapá como MERCY KILLIN ma vez. De 1999 até 2004, ficamos com esse nome e, em 2004, mudamos para WARPATH. Antes, tínhamos várias formações e, com a WARPATH, estabilizamos, basicamente, como trio: eu, o Danilo (guitarra) e o baterista (Willian). Temos material gravado, um CD...
(Pausa para bagunça e risos)


(Voltando...)


Márcio: a discografia que nós temos é essa. Chegamos a gravar um material como MERCY KILLIN  depois gravamos uma demo e um CD já como WARPATH. Fizemos uma turnê ano passado na Europa com o BAIXO CALÃO, na qual rodamos oito países.

Houve muitas trocas de membros ou são vocês desde o inicio?

Márcio: quando a gente se chamava MERCY KILLIN, era mudança direto...
Danilo: Daquele grupo, só ficou eu e o Márcio.
Márcio: o Willian entrou alguns anos depois e ficou estabilizado nós três.
Danilo: o Willian está tocando com a gente já tem mais de dez anos.

Quais são as dificuldades que vocês enfrentaram e enfrentam ao longo do tempo?

Márcio: a maior é a financeira (risos). Queremos gravar alguma coisa, mas sempre esbarra nessa questão. Mas, em acesso a viagens, temos conseguido fazer turnês. Já fizemos no nordeste e tem essa que fizemos na Europa ano passado. Na verdade, o que estamos buscando mais é fazer gravações ao longo desse tempo.




Em 2011, vocês venceram uma seletiva para o Wacken Open Air. O quanto isto representa pra vocês, poder representar o Brasil no exterior?

Márcio: é válido. Se bem que selecionar bandas é uma coisa muito difícil, dizer “ah, essa banda é melhor do que a outra”.

Willian: o maior não é nem ganhar uma disputa de bandas. O que toda banda pensa quando se inscreve é conseguir gravar um disco por uma grande gravadora e se apresentar num grande festival: a ideia maior é essa. Esse negócio de disputa de bandas não é muito legal.

Vocês já abriram para shows de bandas como Torture Squad, Desaster e Violator. Qual a sensação de fazer parte disso e tocar com elas?

Márcio: o bacana é que criamos amizades e elos. O lado positivo é mais isso: criar esse vínculo com bandas de outros Estados e países. Tocamos com o DESASTER em Teresina (PI) e criamos um elo muito grande com o batera deles, o Tormentor. O básico disso é você criar esse vínculo com essas bandas de outros lugares.


O EP Massacre foi lançado em 2010, teve boa repercussão e ganhou boas resenhas. Ele teve lançamento internacional?
Márcio: Diretamente, não. A divulgação foi feita porque alguém levava. Não teve um selo que distribuísse, mas, quando viajamos, deixamos material lá. Por sinal, lemos resenhas de países que nem sabíamos que tinham escutado nosso som. Resenha da Rússia, por exemplo.
Willian: Quando fomos tocar lá, o pessoal já conhecia o disco e, depois que voltamos para o Brasil, surgiu a oportunidade de relançar o disco, só que em LP. Desde 2010, isso foi muito frutífero também.
Danilo: Oportunidade de split também apareceu. Estamos negociando e estudando as propostas. O BAIXO CALÃO tem um split com uma banda da República Tcheca.

Nos últimos anos, o país tem passado por um revival do Thrash Metal com o surgimento de bandas como WARPATH, BYWAR e VIOLATOR. Como vocês veem esse ressurgimento do Metal inspirado naquele que surgiu no Estados Unidos na década de 1980?
Márcio: Na verdade, nunca atentamos para isso, íamos apenas tocando. Nunca decidiu “Ah, vamos tocar que nem na década de 80, década de 90, seja lá o que for”. Ia tocando. Fazia música sem se preocupar com esse negócio de “Ah, é 80, 90...”.
Danilo: o negócio é fazer Thrash Metal.
Márcio: se soava como naquela época, melhor. Não temos aquela preocupação de “Vamos fazer uns riffs assim e tal”. Fazemos, gostamos, então beleza. Gostamos de tocar Thrash Metal do jeito que achamos melhor.

Baixo Calão 





 Como foi o turnê européia com o Baixo Calão? Como foi essa experiência?


Márcio: só o fato de irmos para lá foi muito positivo. Sabemos que não é fácil, ainda mais que somos aqui do norte. Mas o que é bacana lá é que o pessoal gosta do som das bandas brasileiras, eles dão valor.
Willian: é difícil pra caramba produzir uma turnê dessa, tem que ter apoio. Apesar de árdua pra porra, o resultado é muito grande. Estávamos tocando no berço do Thrash alemão, que é uma influência muito grande para a WARPATH. Foi muito bacana ver um público que está acostumado a ver as bandas que nasceram lá curtir o nosso som, foi muito gratificante. Acabamos conhecendo muitas bandas e isso é fantástico.

Vocês já tocaram várias vezes aqui em Macapá. Como vocês avaliam a energia do público macapaense?

Willian: Tocamos pela primeira vez aqui em 2007...
Márcio (interrompendo): não, 2003, como MERCY KILLIN.

Willian: Cada vez que a gente voltava, o público ia mudando. Sempre gente nova na cena. Isso que é do caralho em Macapá.

A banda foi criada em 1996 e a sonoridade era mais voltada para o Punk. Como se deu a evolução da sonoridade até chegar ao Grindcore que é hoje em dia?

“Porco”: Sempre quisemos tocar Grind, só que, pela nossa “alta qualidade”, não conseguia tocar. Tínhamos que apelar para o Punk Rock até conseguir. Não tinha como tocar porque nosso batera ou tocava a caixa ou tocava o bumbo. Quando ele tocava o bumbo, esquecia a caixa. Aí a mudança surgiu assim. Começamos, de fato, a pegar o feeling da coisa.
Beto: foi também o querer de tocar Grindcore. Também ocorreu a mudança de formação, o que ajudou totalmente.




Willian: Hoje a gente não tem tanta técnica assim (risos), mas dá pra fazer um pouquinho melhor. A ideia da banda é a mesma de 1996. O pessoal fala que a banda mudou muito, já teve entrevista em blog que comentam “Ah, antigamente vocês tocavam Punk Rock e, hoje em dia, vocês são Grindcore”. Mas a essência da banda é a mesma, o que mudou foi só o tipo de música. A base sempre vai ser a mesma: Punk/Hardcore. Não tem muita diferença não, é mais a parte musical mesmo, que nem é tão importante (risos).

Vocês tocaram ano passado aqui em Macapá no IV The Dead Shall Rise, que, por sinal, foi um show de muito destaque. Como vocês avaliam a energia do público amapaense?

“Porco”: Passei muito tempo da minha vida tendo contato aqui, mas nunca dava para trazer a gente. Depois de 16 anos de banda, tem a oportunidade de vir aqui. Superou as expectativas. O pessoal queria, ficou aquela galera que lembrava de nós, mas avisava pra moçada: “Olha galera, não vão pensando que vamos tocar Punk Rock que isso é de ’96, esquece isso”. Só que, quando chegou a hora, o público era totalmente outro, com uma energia fudida mesmo. A gente saiu de alma lavada, saca? Foi muito massa, dei valor pra caralho!

Beto: foi muito louco, foi a primeira vez que eu viajei de avião (risos). Foi bacana, deu uma galera que curte peso mesmo. A primeira vez que o meu nariz sangrou foi aqui (risos). Eu pensava que nariz de negro não sangra (risos). Foi na hora que tava tocando a banda de São Paulo, qual era o nome?

Willian: Nervochaos.

Beto: Nervochaos. Por sinal ajudaram muito a gente.

Willian: eu achei que esse show surpreendeu um pouco, a mim principalmente. Um show muito energético, muito enérgico. Foi uma troca muito porrada.

Beto: foi uma roda violenta.

Willian: uma das melhores que eu vi. O show foi mais do que eu imaginava.

Beto: isso é a base do que estamos esperando hoje.

Willian: ainda mais com essa onda de protesto (referindo-se às passeatas pela diminuição das passagens de ônibus e contra o fim da corrupção), a galera está com sangue nos olhos.

Beto: e é o clima que gostamos, cara. Em Belém... Égua! Todo show dá merda, cara! Gente que se quebra...

Willian: alguém quebra a perna...

Beto: menino cortou a cara, menina pegou um soco, queimam palha de aço assim (nesse momento, Beto gira o braço por cima do corpo como se estivesse segurando palha de aço).

A banda tem 17 anos. Como vocês avaliam as principais conquistas e o momento atual?

“Porco”: a maior conquista da banda é permanecer viva.

Willian: o maior mérito é não ter acabado.

“Porco”: isso mesmo. O maior mérito é não ter acabado porque manter banda é foda, tem que engolir muito sapo. Essa é primeira conquista. Até em terreiro de macumba já nos convidaram para tocar (risos). Enfim, temos a banda desde ’96 e só conseguimos gravar em 2003. Foi quando que a gente parou e falou “Pô, vamos gravar alguma coisa, cara? Está na hora de deixar esse ostracismo”. Aí conseguimos gravar o primeiro disco em 2003. Belém, na época, estava no auge do Metal e a galera dizia “Vocês estão doidos de praticar um estilo que a galera não curte”. Aí eu falava: “O importante da banda, primeiro, tem que ser os músicos, porque se você quiser tocar só para os outros, a sua banda vai acabar”. Depois disso, veio o Discrença, que foi bacana. Depois veio o Tu Crias, que foi a hora que ficamos mais responsáveis e entramos de cabeça no estúdio. No Atmo, de fato, foi aquele feeling programado, com tabelinha.

Beto: o ano que lançamos o Atmo foi o ano que fizemos a turnê.

“Porco”: Foi uma grande bandeira de conquista. Teve o show do Ratos (de Porão), que foi nossa pré-conquista, ter tocado num showzão. Muito gente de Belém, apesar dos quinze anos que tínhamos, nunca tinha nos visto. Teve a oportunidade de ver no Ratos e falava “Égua! Vocês tem quinze anos?” E eu respondia “É, tem sim!”. A turnê, para a maioria que olha de fora, vai dizer “Ah, foi a maior conquista deles”. De fato, é uma coisa fudida. Estávamos lisos! (risos). Passar trinta dias lá na Europa, pirando e...
Beto: comendo bem, bebendo bem, fumando bem (risos).

“Porco”: tocando pra cacete...

Willian: vivendo só o que ouvíamos falar.

“Porco”: vivendo coisas que eu lia em zine e, de repente, estávamos lá. Olhava e pensava “Pô, saímos da puta que pariu e, chegando lá, os caras compram camisa, compram CD, nos tratam bem, mesmo com o nosso português bem dizido. E eles tentando entender da forma mais paciente do mundo nosso “the book is on the table”, principalmente o meu. Mais uma conquista: vamos lançar um split em vinil. Vai ser lançado lá fora, fruto da turnê. Agora a próxima missão é de trazer ele para cá. Enfim, é mais outra conquista nossa.



Como vocês avaliam a cena underground de Belém?
“Porco”: hoje, pelo menos, tem bandas de vários estilos, tem público para Grind, tem público para som extremo. O público vai, paga. Teve uma época que tinha um marasmo fudido em Belém: todas as bandas queriam ser as mesmas, montavam a banda pensando em público.

Willian: em ’98, tínhamos que fazer show na pracinha porque não tinha show em Belém. Pegava bateria velha, botava lá e ainda chamava umas 15 bandas de outros bairros para tocar, porque Belém não tinha nada, até então.

“Porco”: hoje tem shows com várias bandas, o público presente, comprando camisa, CD, material...

Willian: o underground não está mais tão underground. Hoje em dia, está muito profissional agora. Produtores de shows estão tentando chegar mais perto do profissionalismo. Apoio, estrutura, distribuição, bandas estão gravando e sendo distribuídas...  está melhor agora.

“Porco”: antigamente, a estrutura era totalmente desdentada, era no osso mesmo, aquele microfone da Xuxa (risos)

Beto: Na época que eu entrei, em 2002, era uma parada dividida: o pessoal do Metal e o pessoal de um Hardcore meio melódico, que não é muito a minha cara. O BAIXO CALÃO era do Metal, tocava Grindcore e tinha idéias punks.

Willian: hoje em dia, a cena está misturada, somando cada vez mais: é público de Metal, Hardcore, Grindcore... tudo misturando, fortalecendo os shows.

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