Jéssica Alves
Para quem ainda tinha fôlego,
pescoço e disposição física, entre outros fatores, no domingo rolou a segunda
rodada do IV The Dead Shall Rise – Metal Fest, e deu continuidade ao evento
headbanguer na Sede dos Escoteiros, considerado o maior festival do gênero no
Amapá. Dessa vez, o número de presentes foi reduzido, mas esse fator em nada
afetou a resposta do público e a qualidade evento.
Para começar, sobe ao palco a
banda Obthus, com seu thrash porrada e covers de maiores influências, como
Sepultura, Slayer, Venom, entre outros. O
que curto dessa banda é isso, apesar de em muitos eventos serem os primeiros a
tocar, o que é difícil, a empolgação que eles têm de levar as músicas clássicas
do metal não se altera. Muito bem executadas, com destaque a vocal agressivo de
Diego.
Próxima banda, Matinta Pereira,
chegou bem agitada, com o grind/death core, com pegadas de hardcore e música regional
que conquistou vários fãs. O vocalista apresenta-se de maneira insana,
contagiando ao público e o restante da banda. Um verdadeiro e brutal esquenta
para o restante da noite.
Os donos da casa, Anonymous Hate,
mostraram o porquê essa banda possui o respeito da cena local e o destaque em
outros estados, representando (e muito bem) o Amapá. A noite marcou o
lançamento oficial do álbum ‘’Red Khmer’’, e o grupo botou o povo para bengear
muito com o grind/death metal, que já foi chamado em sites especializados de underground
como uma revelação nacional. Além disso, outras canções já conhecidas dos fãs
foram levadas, dos trabalhos anteriores como ‘’Caotic World’’ e "Worldead".
Uma apresentação fantástica e agressiva, com a resposta imediata do público. E
como sempre, Albert Martinez e sua metralhadora em forma de bateria, as
guitarras violentas de Fabrício Góes e Heliton Coelho, o baixo também
metralhado de Romeu Monteiro e o vocal brutal de Victor Figueredo são sinônimos
de qualidade e o reconhecimento merecido é o resultado do esforço que esses fzem
para produzir seu som. Aplausos e mãos chifradas!!
Após uma pausa, é
a vez do punk metal (termo utilizado por esta blogueira, apenas por
brincadeira) entrar no palco, com a banda Baixo Calão, de Belém (PA). E banda
de punk é sinal que uma bela roda bem por aí, então, abram espaço. Velha
conhecida da cena undergrond nacional, a
banda chegou do modo mais punk se ser, com músicas que são uma porrada
na sociedade, seja de maneira sonora, ou por suas letras, sobre inconformismos.
E regado a muito palavrão,– para mim a banda que mais faz jus ao nome rs – gritos
e guturais. Um banda raivosa, especialmente o vocalista ‘’Porko’’, que fez um
belo show e fez a galera agitar muito na roda punk.
Mudança na grade das bandas e chegou a vez dos paulistas da NervoChaos, que já possui algumas passagens por Macapá e tem um público consolidado. Admiro o som da banda desde a primeira vez que os vi, em 2011, e estava com uma boa expectativa da apresentação. E a resposta logo veio.
Com 16 anos de
atividades na música extrema, o quarteto pode ser considerado uma das melhores bandas
de metal brasileira da atualidade, e também uma das mais importantes, pois
sempre apóiam e são ativos na cena, nacional e em outros países, representando
nosso Brasil. O show marcou o lançamento do álbum ‘’To The Death’’, e a
banda ainda levou outras canções de sua carreira. Empolgados, o quarteto agitou
a cada acorde, a cada canção e a cada resposta dos headbangers. Destaco o
baixista Felipe Freitas, que possui uma velocidade e marcação impressionante,
tocando sem palheta e bengeando sem parar. Virei fã desse cara \m/. E claro, os
outros componentes, Guller (vocal e guitarra), Quinho (guitarra) e Edu Lane
(bateria), completaram a devastação com qualidade sonora da NervoChaos, que
realizou mais uma apresentação memorável em Macapá.
E para fechar, os paraenses da
Disgrace and Terror retornaram a capital amapaense depois de seis anos para mostrar
o seu thrash/death metal agressivo e de qualidade. Formada em 2001, os
músicos já fizeram várias apresentações no país, abrindo shows e bandas
conceituadas no cenário brasileiro como Krisiun, Funeratus, Torture Squad,
Nervo Chaos, Andralls, Claustrofobia e Executer, além das bandas estadunidenses
Malvolent Creation e Cannibal Corpse.
Essa foi a banda que mais
aguardei, pois pela primeira vez os veria a vivo e não me decepcionei. Foi
difícil dividir espaço na frente do palco com os demais headbangers que queriam
conferir de perto o som da Disgrace. Mesmo passando de 1h30, o sono parecia
algo inexistente naquele momento, tanto para a banda quanto para o público.
Realmente entendi o porque os caras são tão queridos quando vem a Macapá. Destaque
para o fim do show, que foi insanidade total. Que Rot (vocais), Aldyr Rod (bateria) e Rômulo Machado (contrabaixo) e Renato Costa (guitarra) retornem mais vezes a nossa terra.
Alias, não só a Disgrace, mas todas as demais bandas merecem
parabéns pela humildade e competência em representar o cenário regional e
brasileiro em eventos como esse. Por fim, digo que quem não
compareceu ao segundo dia, perdeu e muito, pois ele foi o complemento de um
evento que valorizou essencialmente o underground, produzido de maneira
independente, com foco no melhor que é feito na música headbanger local,
regional e nacional.
Parabéns aos organizadores da Zombie Produções por esse
passo de valorização do metal. Que venham mais eventos como o The Dead Shall
Rise, que continuem brindando o público amapaense com ótimas opções de banda e
contribuindo assim para o fortalecimento da cena, em nível local e nacional.
O segundo dia de evento realmente foi para os fortes, depois do primeiro dia q foi destruidor quem diria q eu ainda teria forças pra pirar só metal mesmo pra fazer eu me acabar dessa maneira. Pow sem palavras o evento foi senssacional mto fhoda parabéns aos organizadores e a todas as bandas q nós garantiram um festival q vai ficar na memória!
ResponderExcluirRavel Amanajás