Foto: Jéssica Alves
Por: Bruno "Blackened" Monteiro
O underground amapaense é cheio de bandas promissoras e apoiadores engajados no sucesso dos eventos dedicados à música pesada. Cada festa que passa sente-se que há uma significativa melhora na qualidade oferecida pelas celebrações, em diversos aspectos (shows, casas, público, estrutura de palco, som, iluminação, consumo interno...). Merece destaque também os cuidados tomados para que o acontecimento dê certo, contornando possíveis imprevistos.
É
o caso do 1º Undergrind, realizado neste final de semana pela Zombie Produções,
Underground Produções e alguns parceiros, como Na Base Skateshop, Xenious Hotel
e Programa Café com Notícias e que aconteceu na boate Disco Gloss.
Um
desses cuidados, já de praxe, é a presença de menores no local, a qual não foi
permitida dentro da sede. Do lado de fora, um comunicado explicava o porquê da
proibição, com palavras como “Lamentamos por você, menor de idade, não poder
banguear nos nossos eventos, mas lei é lei”. Mensagem transmitida de maneira
bem sacada, ao meu ver. O
evento também teve que contornar o desfalque da CARNAL REMAINS. A primeira
encerrou atividades devido o baterista Ronald Vomitory ter viajado para outro
Estado e nenhum dos integrantes da segunda apareceu.
O
Undergrind trouxe novamente à capital amapaense as bandas WARPATH (Thrash
Metal) e BAIXO CALÃO (Punk/HC/Grindcore), cujas performances matadoras já eram
bastante conhecidas da platéia, que não deixou por menos e festejou tanto
quanto das outras vezes. Horas antes dos shows começarem, o blog Olhar Alternativo teve a chance de entrevistar as bandas convidadas. Receptivos, simpáticos e descontraídos, os músicos falaram sobre o início das atividades, das dificuldades enfrentadas ao longo dos anos, dos metalheads, das bandas com as quais já tocaram e da repercussão dos discos que cada um lançou. Em breve postaremos no blog.
Voltando ao Undergrind, também era possível adquirir produtos dos headliners na Banquinha Banguer instalada ao lado do palco, que mudou para um espaço um pouco maior do grande salão onde rolaram as performances. Continuava pequeno, mas relativamente maior do que a “caixa de sapato” que era o canto anterior. Lamentavelmente, não era possível adquirir Caedem, pois a prensagem do álbum não ficou pronta em tempo de chegar à disposição do público amapaense.
VISCERAL SLAUGHTER (AP) foto: Bruno Monteiro
Outro destaque do evento foi a estréia da nova empreitada dos ex-integrantes da ANONYMOUS HATE depois da morte do guitarrista Heliton Coelho, em março deste ano. Sob o nome VISCERAL SLAUGHTER e já lançando o debut Caedem (“matança”, em latim), Victor Figueiredo (vocal), Fabrício Góes (guitarra), Romeu Monteiro (baixo) e Alberto Martinez (bateria) subiram ao palco e começaram o massacre visceral que tomou conta da Disco Gloss nas horas seguintes.
O grupo começou tocando Endless Bloodshed, composição divulgada anteriormente nas redes
sociais e que obteve boa recepção. Assim como nas apresentações da banda
anterior, os músicos (especialmente Victor e Fabrício) esbanjaram bom humor e
brincavam o tempo inteiro com a platéia, ao intervalo de cada música.
A
banda continuou tocando as já conhecidas Search
for Power, Blood and Pain e as
inéditas Open your Grave e Scars of Tyranny, todas presentes no full-lenght.
Ainda com a tradição dos covers, a VISCERAL SLAUGHTER interpretou uma do
BRUJERIA (La Migra, embora alguns
tivessem pedido por Matando Güeros) e
Carnal, da banda de Death Metal
polonesa VADER. Ótimas músicas e performance, o que garantiu a satisfação dos
metalheads que testemunharam a estréia (e por que não, de certa forma, um
retorno?).
WARPATH (PA) foto: Jéssica Alves
Depois desta estréia visceral, chegou a vez de uma das headliners da noite: WARPATH, de Belém do Pará. Apesar do set curto, a banda destruiu tudo com músicas como Tortured Until the Soul, The Killing Time, Bombs with American Stamps e Reign of Hell. Cabelos voaram para todos os lados e moshes brutais tomaram conta da casa, que veio abaixo a cada riff despejado. Com certeza, avaliando as apresentações anteriores por aqui (em 2011 na boate Proibidus e em 2012 no Dead Shall Rise), a WARPATH é uma das bandas mais queridas dos amapaenses. Parabéns,WARPATH! Thrash ‘em all!
BAIXO CALÃO (PA) foto: Jéssica Alves
Mas os moshes da WARPATH não se compararam aos que se formaram na apresentação da headliner seguinte: BAIXO CALÃO. Basicamente, o grupo é formado por membros da WARPATH e mais dois vocalistas. Os moshes tomaram conta de toda a performance, do início ao fim, tendo como trilha sonora peças como Aglomerados, Honra ao Mérito, Nem Resetando, Fracassar, Amazônia Nunca Mais, Coprofagia, Último Comprimido e Paz Armada.
OBHTUS (AP) foto: Jéssica Alves
Encerrando o Undergrind, OBTHUS. Como a banda quase não se apresentou devido o desfalque do baterista (por questões profissionais), diversos músicos foram convidados para assumir o posto, entre eles Willian (WARPATH e BAIXO CALÃO), Anderson Coutinho (Opus Profanus) e Alberto Martinez (VISCERAL SLAUGHTER). A boate estava quase vazia por causa da incerteza se a OBTHUS se apresentaria ou não, mas mesmo assim mandou muito bem seu recado.
Priorizando os covers desta vez, tocaram Tormentor, Enemy of God, All of the Same
Blood (KREATOR), For Whom the Bells
Tolls (METALLICA), Black Magic
(SLAYER), Generation Dead (TORTURE
SQUAD), Bite the Pain (DEATH) e Black Metal (VENOM). As três últimas do
set (Nothing to Say [ANGRA], The Number of the Beast [IRON MAIDEN] e Painkiller [JUDAS PRIEST]) foram
improvisações e tiveram a participação de Ravel Amanajás (vocal, KEONA SPIRIT).
Mais
uma vez, provamos que temos uma cena poderosa e unida o suficiente para exportar
nosso Heavy Metal. Quero parabenizar a todos que colaboraram para que
Undergrind pudesse representar tudo isso e muito mais! E ficamos na torcida
para que venha logo a segunda edição!
Confira mais fotos do evento na nossa página do FACEBOOK
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Foto: Jéssica Alves
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Foto: Bruno Monteiro
Foto: Jéssica Alves
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