O início de 2014,
definitivamente, não foi dos melhores para o Metal amapaense: simplesmente não
houve show nenhum em 2 meses, um verdadeiro dejá-vu do que aconteceu depois da
performance do ANGRA em julho de 2011, no Equador Verão. O tradicional
réveillon do Liberdade ao Rock, que é o primeiríssimo evento de cada ano, não
aconteceu porque a organização, mesmo tendo providenciado tudo com
antecedência, não recebeu resposta do Governo do Estado e demais órgãos
competentes no fechamento de parceria em policiamento e estrutura.
Em
fevereiro, o mesmo movimento organizou a tradicional Guerra de Balões (sendo
essa a terceira edição), no qual algumas bandas se apresentaram, mas um
grupinho de baderneiros quebrou alguns pertences da organização (como uma caixa
d’água) e o evento teve que acabar cedo. Protesto geral por parte de quem
estava ali apenas para se divertir e brincar!
Para
compensar esse jejum, os produtores resolveram atacar massivamente nosso
ouvidos (no bom sentido, claro) com uma enxurrada de shows! Só na noite do dia
15, tivemos a primeira edição do Liberdade ao Rock (onde a PROFETIKA botou a
galera pra banguear com uma apresentação entrosada e energética, como de
costume, e ainda apresentou composições novas), o Tacagado (!) Metal Fest (que
serviu de lançamento para a Rataria Produções, que também fez o evento, no
Busão Locoreggae) e
o Especial Metallica 2 (feito pelo Movimento Amapá Rock, no Country Beer, com a
banda ORION e tendo o SISTEMA FEUDAL como grupo de abertura). A ORION tocou
quase todo o set list da primeira edição e incluiu algumas, como Of Wolf and Man e Through the Never.
Uma
semana depois, no dia 22, o Centro de Difusão Cultural João Batista de Azevedo
Picanço foi sede do Northern Forces Fest, organizado por Eddie Martins e
contando com as bandas HIDRAH, OPUS PROFANUS, CARNNYVALE, RESTOS CARNAIS e BAD
DELUSION. Paradoxalmente, o local, apesar de contar com um palco e espaço para
público igualmente grandes, parecia ter um clima mais intimista, pois é
parecido com um teatro, cheio de cadeiras e uma mesa comprida entre as cadeiras
e o palco, mas nem esse “obstáculo” conseguiu segurar a massa metalhead que
bangueava, fazia mosh e festejava ao som dos grupos.
O
destaque do show do grupo capitaneado por Hanna Paulino foi a nova música, Rise. Assim como as demais autorais, ela
segue a proposta Heavy/Melodic Metal da banda, com riffs pesados e linhas
instrumentais bem elaboradas e ótima interpretação vocal. O público conhece bem
o quinteto e agitou bastante em faixas como Reign
of Fire, Another Way, Mankind, Power (HELLOWEEN cover), Heroes
of Sand e a dobradinha Carry On/Nova
Era (ANGRA covers). Palmas e gritos mais do que merecidos no final!
A segunda
a subir ao palco foi a horda OPUS PROFANUS, liderada por Helvetin
(guitarra/vocal) e completada por Dominus Mantus (baixo) e Apzur (bateria). Sem
piedade para ouvidos de porcelana, despejaram seu Black Metal ríspido e blasfemo,
do jeito que o estilo pede, e saciaram os sedentos por metal em uma de suas
formas mais extremas. O grupo tem uma boa base de seguidores e era um dos mais
aguardados.
E
por falar em extremo, o Thrash Metal da CARNNYVALE foi o próximo a exalar dos amplificadores
do centro de convenções. Tocando sempre com sangue nos olhos, a banda executou Thrash Mosh, Guerra Santa, Teatro do Medo,
Sete e os covers Piranha (EXODUS) e Mad
Butcher (DESTRUCTION). Set list impecável e pra não deixar nenhum pescoço
inteiro!
Continuando
a “porradaria”, a banda RESTOS CARNAIS, formada por Carlos Pastana
(guitarra/vocal), Ronald Magalhães (bateria) e Elizeu Vasconcelos (baixo).
“Espera aí, essa é a CARNAL REMAINS!”. Agora o trio está com o nome
oficializado em português e uma nova logo feita por Rogério Araújo. Em nova
página da banda no Facebook, é explicado o motivo da mudança.
“Optamos
pela tradução do termo "CARNAL REMAINS" para "RESTOS CARNAIS"
por apresentar uma expressão de maior coesão com nossa realidade e proposta
musical. Também por considerarmos este termo mais honesto com nosso contexto
idealista e sonoro, dando um maior apoio ao Metal completamente em português”.
Apesar
disso, a proposta e as composições da banda continuam calcadas no Death
Metal/Porngore e as já conhecidas dos metalheads Defecação, Prostituta
Decapitada e Necrofilia foram
executadas e aplaudidas à exaustão por uma platéia eufórica. Encerrando o
Northern Forces Fest, o Hard Rock da BAD DELUSION, que agora alterna entre
covers e autorais.
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