Mais de 20 anos depois, Watchmen chega aos cinemas com as digitais do diretor Zach Snyder impressas na espessa redoma de vidro que guardava a pedra mais preciosa do roteirista Alan Moore, nome invisível aos créditos deste e de tantos outros filmes adaptados de sua obra. Descrente na indústria hollywoodiana, o escritor há muito abdicou dos direitos dos filmes decalcados de seu trabalho.
Watchmen não é um filme McLanche Feliz
Primeiro porque Watchmen não é uma história sobre super-heróis, pelo menos não aqueles super-heróis que nos acostumamos a ver em narrativas onde o bem vence o mal e espanta o temporal. Heróis e vilões são aqui uma coisa só, ironia de uma narrativa que tem como pano de fundo a bipolaridade do mundo capitalista x comunista. Segundo porque este é um filme que não poupa no sangue e no sexo (mas retira das mãos de uma das protagonistas os cigarros que sempre a acompanhavam nos quadrinhos). A lembrar que a censura é de 18 anos. Terceiro porque esta é uma narrativa que envolve conceitos bem densos sobre tempos relativos, física quântica, guerras individuais e fracassos coletivos. E finalmente porque este é um enredo cujo final, por mais que tenham modificado o roteiro original de Moore, não consegue preencher os pré-requisitos do desfecho alto astral. Sua conclusão está mais para redenção que para solução. Em suma, Watchmen não é um filme McLanche Feliz.
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