Por Régis Sanches
No fim da década de 1960, Armando Nogueira, então chefe de jornalismo da TV Globo, formou a estrutura daquele que é hoje o telejornal mais antigo do país, e o de maior audiência. Em novembro de 1969, estreava o Jornal Nacional, com apresentação de Heron Domingues e Cid Moreira. Como registro do histórico momento, Armando escreveu “E o Boeing decolou” no primeiro script do programa dirigido por Alfredo Marsillac.
Falecido aos 83 anos, em março deste ano, Nogueira era um mago das palavras e transgrediu a fronteira do papel-jornal para a televisão. Foi o homem-forte do jornalismo da Globo, com Alice Maria como seu braço direito até 1990, quando o desgaste provocado pela tensa relação entre ele e Alberico Sousa Cruz provocou sua saída.
Na última segunda-feira, 23, o Boeing projetado por Armando Nogueira decolou de Macapá. Ancorado pelo dublê de galã William Bonner, o programa estreou o projeto JN NO AR, idéia do repórter Ernesto Paglia. A bordo de um jato patrocinado pelo Bradesco, Paglia decolou de Macapá para, a cada dia, de uma cidade diferente, enfocar o Brasil real em 27 reportagens exclusivas.
Como Macapá foi uma escolha pessoal de Paglia para inaugurar o seu projeto, a capital amapaense, a depender da sorte, poderá ser sorteada para sediar mais uma edição do JN NO AR. Mas o que se viu na estréia foi um show de tietagem.
Transmitido ao vivo em frente a um dos 8 baluartes da Fortaleza de São José de Macapá, uma multidão, a maioria de mulheres à beira da histeria, se comprimiu para “ver” o “colírio” Bonner. Parecia que Bonner não é um jornalista sério editor-chefe e apresentador do telejornal de maior audiência do país. A impressão é que estava no palco o cantor Wando, um dos reis do estilo brega, até porque havia mulheres dispostas a atirar suas calcinhas em cima dele.
É uma pena. As faculdades de Jornalismo de Macapá perderam rara oportunidade para instruir seus alunos em torno de uma aula ao vivo de telejornalismo. Ernesto Paglia é um dos mais brilhantes repórteres da TV Globo. A equipe de 40 pessoas da maior rede de TV brasileira aterrissou em Macapá com 3 toneladas de equipamentos.
Mas as macacas de auditório só tinham olhos para o apresentador-galã. É bom lembrar que William Bonner não é ator, nem Faustão e muito menos o Chacrinha. Escrevo isso porque também sou jornalista e Jornalismo e Imprensa são coisas sérias, em que, nem por brincadeira, vale uma tietagem.
No fim da década de 1960, Armando Nogueira, então chefe de jornalismo da TV Globo, formou a estrutura daquele que é hoje o telejornal mais antigo do país, e o de maior audiência. Em novembro de 1969, estreava o Jornal Nacional, com apresentação de Heron Domingues e Cid Moreira. Como registro do histórico momento, Armando escreveu “E o Boeing decolou” no primeiro script do programa dirigido por Alfredo Marsillac.
Falecido aos 83 anos, em março deste ano, Nogueira era um mago das palavras e transgrediu a fronteira do papel-jornal para a televisão. Foi o homem-forte do jornalismo da Globo, com Alice Maria como seu braço direito até 1990, quando o desgaste provocado pela tensa relação entre ele e Alberico Sousa Cruz provocou sua saída.
Na última segunda-feira, 23, o Boeing projetado por Armando Nogueira decolou de Macapá. Ancorado pelo dublê de galã William Bonner, o programa estreou o projeto JN NO AR, idéia do repórter Ernesto Paglia. A bordo de um jato patrocinado pelo Bradesco, Paglia decolou de Macapá para, a cada dia, de uma cidade diferente, enfocar o Brasil real em 27 reportagens exclusivas.
Como Macapá foi uma escolha pessoal de Paglia para inaugurar o seu projeto, a capital amapaense, a depender da sorte, poderá ser sorteada para sediar mais uma edição do JN NO AR. Mas o que se viu na estréia foi um show de tietagem.
Transmitido ao vivo em frente a um dos 8 baluartes da Fortaleza de São José de Macapá, uma multidão, a maioria de mulheres à beira da histeria, se comprimiu para “ver” o “colírio” Bonner. Parecia que Bonner não é um jornalista sério editor-chefe e apresentador do telejornal de maior audiência do país. A impressão é que estava no palco o cantor Wando, um dos reis do estilo brega, até porque havia mulheres dispostas a atirar suas calcinhas em cima dele.
É uma pena. As faculdades de Jornalismo de Macapá perderam rara oportunidade para instruir seus alunos em torno de uma aula ao vivo de telejornalismo. Ernesto Paglia é um dos mais brilhantes repórteres da TV Globo. A equipe de 40 pessoas da maior rede de TV brasileira aterrissou em Macapá com 3 toneladas de equipamentos.
Mas as macacas de auditório só tinham olhos para o apresentador-galã. É bom lembrar que William Bonner não é ator, nem Faustão e muito menos o Chacrinha. Escrevo isso porque também sou jornalista e Jornalismo e Imprensa são coisas sérias, em que, nem por brincadeira, vale uma tietagem.
Macacos me mordam, kkkk!!!
ResponderExcluirGente, concordo com tudo que Régis falou. Vi umas imagens na TV, num jornal local, e a única impressão que deu era que William Bonner havia vindo fazer um show aqui, tipo aqueles atores convidados para quinze anos, presença em boates ou nada mesmo.
Lamentável.