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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Hidrah: O ressurgimento do heavy metal em Macapá





Com mais de quatro anos de atuação, a banda amapaense de heavy metal Hidrah já é considerada um dos grandes representantes do estilo headbanger tucujú. Formada por Hanna Paulino (vocal), Antonio Kayzer (baixo), Andrey Góes (guitarra), Daniel Abreu (guitarra) e Andre Reis (bateria), o grupo é aclamado por fãs do heavy metal tradicional, que até então estava meio sumido dos eventos na cidade.

Surgida em 2008, com a proposta de unir amigos e levar músicas de interesse em comum, ao mesmo tempo em que dar um novo gás ao heavy metal, com covers clássicos do gênero (Iron Maiden, Angra, Stratovarius, Helloween, entre outros) os cinco músicos atualmente estão em fase de composição própria, após uma jornada de superação de dificuldades, dedicação e bons frutos ganhos, como abrir o show da banda Angra, em julho de 2011 e dividir o palco com Edu Falaschi (ex-Angra/ vocal do Almah), em junho de 2012.

Em uma entrevista concedida ao blog, a banda relata, de maneira descontraída suas experiências, dificuldades, ganhos e aprendizados no mundo da música e do heavy metal. E no dia 15 de julho, preparam um show especial, no Dia Mundial do Rock, o último antes da pausa para gravação do 1º álbum. O evento contará com a banda Dr. Sin (SP).

Olhar Alternativo – Olá galera, agradeço a oportunidade da entrevista. Primeiramente gostaria um pouco da história da banda? Como surgiu a ideia e como se consolidou a formação?


Kayzer: Tudo começou por volta de 2007, quando eu soube que o Andre voltaria  a morar em  Macapá. Então iniciei a ideia de pra tocarmos juntos. Então decidimos fazer uma banda instrumental, mas a idéia não durou muito. Daí conhecemos o Andrey um pouco depois na casa de uma amiga nossa a Mayara, após ele fazer um show com a outra banda dele. Quando chegamos lá na casa dela, a guitarra dele estava lá, juntamente com a bateria e um baixo (risos). Em nosso projeto instrumental, eu e o Andre seríamos guitarras, mas depois daquele dia, mudamos de ideia e assim, o Andre estava de volta na bateria e eu no baixo.

Durante alguns messes ensaiamos bastante os instrumentais e foi quando pensarmos: “Mas e quem vai cantar?”. Ninguém veio à cabeça naquela hora, mas num sábado em uma ida ao falecido bar Liverpool, o André encontrou a Hanna que já era bastante amiga dele e num papo mais ou menos informal o André perguntou pra ela: “Hanna quando vou ver tua banda tocar?” Ela simplesmente respondeu "estou sem banda, Andre" (risos). Foi quando o ele marcou um ensaio com ele e dali para frente se tornou nossa frontwoman. E posteriormente nos ensaios, juntou-se ao time o Daniel, em um momento em que a banda decidiu explorar mais pesos e técnicas.

Olhar Alternativo -  E o nome, porque Hidrah?

André e Kayzer: (risos)

Kayzer: Posso disser que não é por causa de nenhum demônio, monstro de 5 cabeças ou besta mitológica, constelação e nem nada disso. Apesar de ler sobre tudo isso, a ideia desse nome foi baseada no jogo StarCraft, que eu o André e o Andrey somos viciados.  E que possuem personagens chamados hydraliks, e fizemos a adaptação.

Olhar Alternativo -   Vocês já estão há quatro anos em atividades, e a banda já é conhecida pelo grande público por executar clássicos do heavy metal? O fato de levar cover ajudou ou contribui para esse reconhecimento?

Kayzer:  Para mim o cover foi aprendizado e auto conhecimento, existe um momento na vida de um músico que ele precisa testar seus limites e nada melhor que usar musicas que são referências.


Hanna: Com certeza isso contribuiu de forma bastante significativa. Os covers foram nosso "Cartão de visitas", mas acredito que o reconhecimento veio pela execução de tais músicas. Sempre digo que o Heavy Metal não é um gênero musical fácil, e justamente essa complexidade somada à dedicação da Hidrah resultou na receptividade do público.

André: O cover ajudou muito na construção da nossa identidade, bem como nos treinamentos de cada músico, no que tange aspectos de técnica e desenvoltura no palco, e isso até hoje nos trás benefícios, como quando tentamos tocar uma música bem difícil e quebramos cabeça pra pegar os detalhes ou rearranjamos algum lugar da música para dar uma cara mais “Hidrah”, tudo isso nos faz evoluir bastante como músico, testando cada vez mais nossos limites.

Kayzer: Pra banda acho foi não foi diferente, pois para desenvolvermos nossas músicas, sabermos nossos limites, saber o que temos que melhorar e o que dominamos bem. Foi pensando nisso, na competência e na qualidade que fazemos nosso show e acho que isso transpassou para o publico e ajudou a banda chegar ode estar.

Andre: Acreditamos também que hoje em dia a Hidrah tem um trabalho reconhecido no cenário local justamente pelo fato de tocar cover, mas sempre com uma pitada de improviso ou de novidade no meio dos trechos, é o que torna a banda um pouquinho diferente de uma banda cover essencialmente.

Olhar Alternativo - Apesar dos covers, vocês também têm canções próprias. Como foi o processo de composição?

André: O processo de composição na Hidrah é complicado, porque compor envolve uma melhor dedicação por parte da banda inteira, e todos na banda estudam e/ou trabalham. As duas músicas finalizadas, foram feitas visando a lógica no andamento da letra, melodia e harmonia. A gente geralmente compõe algumas faixas instrumentais e procuramos as letras que encaixem, mas temos algumas letras que acabaram encabeçando as composições .

Kayzer:  Vale citar também que  as  coisa surgem meio como uma explosão de idéias de arranjos e letras o que faz do processo algo bem aberto, Assim temos a visão do que queremos, tanto em Desert Fields quanto Reign of fire,  foram feitas em momentos diferentes, mas possuem as a identidade da banda.

Hanna: Foi um processo natural.  Acredito que sentimos a necessidade de criar algo que tivesse nossa característica musical! A primeira foi "Deserts Fields", que surgiu a partir da criação poética de nosso amigo Tiago Quingosta. O André começou o processo de compor no violão e em uma tarde terminamos a música! Depois foi só questão de alinhar o restante no ensaio com cada sugestão dada pela banda!

Olhar Alternativo -   O fato de vocês levarem cover nos shows repercutiu em alguma crítica?

André: Aqui em Macapá tem várias bandas que estão surgindo só pra tocar música própria, e existem grupos culturais estimulando isso, o que é muito bom. Atualmente, entretanto, muitos acreditam que uma banda pra ser boa tem que tocar música própria. A proposta da Hidrah desde o início era de levar músicas que a galera gostasse de ouvir, que nós gostássemos de tocar, e que tivessem significado dentro da banda. E sim já levamos muitas criticas por causa dos nossos covers, umas mais leves outras mais ácidas, mas continuamos seguindo o caminho com o melhor que podemos fazer

Kayzer: Lembro que uma delas foi ate bem pesada, por que veio atrelada a um preconceito de uma pessoa de outra banda. Mas deixei para lá, afinal acho que o cara realmente não conhecia o trabalho da banda e nem os integrantes da banda, pra saber que já fazíamos musica própria desde nossas antigas bandas. Mas considero criticas construtivas, afinal foi algo a própria banda já havia pensado martelos.

Olhar Alternativo -   Como você descreve o fato da banda ter como vocalista uma mulher (Hanna Paulino), sendo ela uma das poucas representantes do gênero no estado?

Kayzer: Gostosa, gostosa, gostosa! (risos) é o que o povo diz. Tá bom falando serio agora. Nós consideramos a Hanna uma ótima cantora e também pra mim uma irmã. Somos parceiros no crime para o resto da vida. E pelo fato de ela ser mulher acho melhor ainda pois podemos explorar tons diferentes, usar da melodias que pra homens seriam bem estranhas. Podemos fazer algo doce e bem macabro ou algo mais brutal sem perder a delicadeza. A voz da Hanna é algo que te envolve e prende num limiar entre o real e imaginário, claramente percebo isso em “Desert Fields”. Se fôssemos navegantes, ela possivelmente seria a sereia que nos levaria pro fundo do mar . Oh isso dá até uma música, “Infernal Waters” (risos).

Hanna: (RISOS)

André: A aquisição da Hanna foi o melhor que poderia ter acontecido. Já conhecia o potencial do vocal e tinha uma grande relação de amizade com ela, e a proposta de ela entrar surgiu por acaso, e acabou findando na melhor escolha da banda, que na época era formada apenas por eu, o Kayzer e o Andrey. Ter a musicalidade, o charme e a companhia da Hanna é essencial para a Hidrah, pois essa mescla consegue propagar uma imagem positiva da banda mostrando perfeita sincronia entre imagem e som. Outro aspecto importante de colocar uma mulher nos vocais é conseguirmos executar um maior espectro de possibilidades musicais, pois com o vocal mais agudo, além de alcançar as notas do heavy metal sem precisar forçar muito, ainda dá um toque de sensualidade ou de agressividade quando necessário.

Olhar Alternativo -   No inicio de junho, a banda passou por um momento muito especial, que foi dividir o palco com Edu Falaschi (ex-Angra e vocalista do Almah). Conte-nos como foi essa experiência?


André: Acho que posso falar que todos os integrantes da banda cresceram ouvindo a voz do Edu naqueles clássicos como Rebirth, Nova Era, Spread or Fire, Temple of Hate e por aí vai, e esse show junto com o Edu Falaschi foi mais uma realização de um sonho de infância de todo mundo do que um show pro público. Ele se mostrou extremamente humilde e mesmo sendo reconhecido mundialmente pelo seu vocal e atuação em outros ramos da musica como produção musical, foi humilde o suficiente  pra tocar com uma banda desconhecida.

Kayzer: Vi o ressurgimento do Angra na minha adolescência, e durante anos cresci com isso. Quando soube que o Angra vinha fazer show em Macapá, apostei na ideia de abrir o show deles. Então veio nossa grande e primeira oportunidade no mundo do metal, abrir o show do deles. A sensação foi única pois a Hanna estava grávidissima. Mas infelizmente ocorreram contratempos que não pudemos ter um contato próximo com eles.  Depois de um ano o Edu Falaschi retorna a Macapá e surgiu o convite para a Hidrah tocar. E dividir o palco com ele significa muita coisa e vai continuar significando, pra banda acho que mais ainda, pelo simples fato dele fazer o que o André comentou, de ser humildemente subir no palco e cantar com uma banda que ele nunca tinha visto e ouvido falar na vida, mas confiante foi lá cantar como se fosse a banda dele e que o acompanha durante anos. 
Hanna: Foi aquilo que chamamos de "divisor de águas", algo que vai repercutir para sempre na nossa trajetória. Acredito que foi o inicio de muitas conquistas, realmente um de nossos sonhos foi realizado! Edu Falaschi é um cara incrível, autentico e muito humilde. Nos mostrou que devemos seguir com a nossa postura pautada no respeito ao público e amor ao Metal! Foi um dia inesquecível para a HidraH!


Olhar Alternativo -   Muitos julgam o Metal melódico/Power Metal ou simplesmente Heavy Metal como um gênero morto dentro do Metal, mas vocês estão mostrando que não é bem assim. Qual é o diferencial da Hidrah do ponto de vista da própria banda?

Hanna: O diferencial de HidraH é justamente acreditar no poder do Heavy Metal e em todas as suas multifaces... O Gênero possui uma gama de possibilidades de criação! As composições da HidraH são a fusão desses artifícios proporcionados pelo Heavy Metal, usamos do Clássico ao Progressivo, do Erudito ao Marabaixo... Enfim, o Metal Melódico/Power Metal só morreu para quem parou no tempo se dedicando a obras clichês... Todo o Metal em si deve se renovar, é isso que a HidraH propõe... Novos parâmetros!

Kayzer: Na minha visão o problema todo esta na pouca  preocupação que algumas banda tem com seu trabalho, acho não procura uma identidade pra si, não procura evoluir. Apenas usa a formula mais simples. Na hidrah o grande diferencial esta na liberdade das composições e nas influencias que cada um tem, saber misturar esses elementos. Um exemplo foi o marabaixo e a identidade da nossa cidade.

Olhar Alternativo - Para finalizar, quais são os planos para a Hidrah?

Hanna: Bem, depois do nosso show no Dia Mundial do Rock, pararemos com as contínuas tocadas para nos afundar nas composições e finalmente gravarmos nosso 1º Álbum. Precisamos nos dedicar inteiramente a esse projeto e percebemos que nossa agenda estava começando a ficar apertada e isso atrasou nosso processo de gravação! Retornamos em dezembro com um novo show... Com toda FORÇA BANGER que a Hidrah possui!

Andre e Kayzer: Pow, ela disse tudo (risos)

Kayzer: A Hidrah tem muita historia, principalmente as de superação de dificuldades pois viemos de fato do nada sem ter material pra ensaiar  sem pessoas que acreditassem no nosso trabalho, fora a falta de oportunidade os boicotes as eventos, ameaças. Mas é isso ai a Hidrah tá tentando fazer diferente, ta querendo fazer acontecer porque isso não é apenas um momento, é nosso sonho, queremos tocar e fazer o metal acontecer. Apesar de termos mais visibilidade hoje, continuarmos sendo humildes. bem humorados Gostaríamos  de agradecer aos amigos, parceiros, namoradas e todos que nos aturam e apóiam e mais do que todos ao publico por serem quem nos motiva e quem nos devemos tudo o respeito e a credibilidade valeuuuuu.   

Hanna: Agora ele falo tudo (risos)







                               

Um comentário:

  1. HidraH é uma banda incrível! me declaro fã desta banda abertamente. A HidraH surgiu em um momento que o Amapá estava com carência de bandas de heavy metal, ela foi responsável por impulsionar a volta com força total deste genero tão aclamado do metal. Vendo todas esses depoimentos e imagens passa um filme em nossas cabeças, nos que acompanhamos o trabalha da banda e em tantas ''tocadas'' ''bagueamos'' até ficarmos todos lascados hehehehe. Parabéns ao blog Olhar Alternativo pela excelente matéria e a banda HidraH, ficamos aguardando ansiosos o primeiro álbum desta grande banda Amapaense!

    Ravel Amanajás

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