Arte: Ravel Amanajás
Evento ocorre no dia 31 de outubro e abordará a escola artística do surrealismo, com obras que reflitam sobre os mistérios e enigmas de uma realidade cibernética do ser humano
Jéssica Alves
Com o objetivo de resgatar e valorizar o surrealismo, uma corrente artística moderna da representação do irracional e do subconsciente, o artista plástico amapaense Ivam Amanajás, grande nome da cultura local, brinda os amantes das artes com sua mais nova exposição intitulada “Navi – Uma Viagem ao Magnífico Cérebro Assombrado”.
A abertura da exposição está marcada para o dia 31 de outubro, no Teatro das Bacabeiras, e permanece até o dia 7 de novembro para visitação gratuita. Amostra contará dezenas obras de arte inspiradas em homens robóticos, natureza mecanizada e vida artificial cotidiana, com uma criativa arte de vanguarda.
Composta por 24 telas, todas emolduradas e que estarão disponíveis para vendas, a coletânea possibilita que o visitante possa adentrar em um mundo de enigmas e mistérios, que segundo o artista, é algo fascinante para o ser humano, que vive em constantes disputas e questionamentos.
Detalhe de obra que estará na Exposição
“Navi (anagrama do nome de Ivam) funciona como um instrumento que se tem a capacidade de viajar neste magnífico cérebro assombrado. Sem que se perceba, nosso cérebro vive em constante disputa. Navi é uma situação amplamente surrealista, cuja mensagem principal é a ampla dependência do homem para com a máquina e a tecnologia”, explica o artista.
Detalhe de obra que estará na Exposição
Conhecido pela sua originalidade e maestria nos trabalhos de cunho surrealista, Ivam prova que sempre se renova e surpreende, dominando diversos estilos nesta arte. O destaque estará nos detalhes das obras que representam a convivência do homem e a máquina, de maneira positiva e negativa, a destruição da natureza e modificação das tecnologias.
“Um trabalho que será exposto será chamado “Coração do Homem”, o coração do homem, quando perde alma e simplesmente se torna mecânico para viver. Uma viagem é essa dependência positiva e negativa da humanidade ser amplamente dependente da máquina e da tecnologia”, explica Ivam.
Arte surreal
Detalhe de obra que estará na Exposição
Dominante de temas e traços nada convencionais, Ivam Amanajás cria um perfil diferenciado em seu trabalho e como o próprio artista destaca "...Sou da Amazônia, caboclo universal, e pinto com o barro da minha terra, mas as minhas imagens são para o mundo." A criação que contemplará a exposição antecipa uma visão futurística do planeta, abordando sobre a modernidade, progresso e destruição.
Lembrando-se de um dos grandes nomes do surrealismo mundial, Salvador Dali, Ivam aborda que a vertente artística é algo latente e amplamente imortal. “Qualquer coisa que não tenha um feito visual, um toque surreal, não é algo diferente e impactante. Ninguém gosta de assistir um filme com imagem estática, todos gostam do espanto, do enigma e da surpresa. Hoje tudo tem que ter efeitos visuais. Minha influência se faz em tudo aquilo que converso, vejo, leio, assisto, escuto. Nos ambientes que me rodeiam. Estamos com o planeta sendo envenenado. Estamos com o homem voltado pela mecanização e problemas, como o aquecimento global. E com estas obras quero mostrar este mundo em que criei, pois como afirma um grande impressionista amigo meu, Padre Fulvio, as cores falam” conclui.
Sobre Ivam Amanajás
Nasceu no dia 06 de outubro de 1956, na cidade de Macapá, Ivam começou suas atividades artísticas precocemente. Entrou para o mundo da arte quando aos 13 anos teve oportunidade participar de uma exposição coletiva no extinto Ginásio de Macapá (GM), junto com artistas plásticos prestigiados localmente, como R. Peixe, Antônio Homobono, Olivar Cunha, Abenor Amanajás, entre outros. Desde a juventude, já possuía uma forte tendência para o surrealismo, o qual aderiu por muito tempo. Mas Ivam Amanajás foi além, dominando outros estilos, incrementando-os em suas obras.
No ano de 1977, levou pela primeira vez a sua arte para fora do seu Estado. Suas obras foram expostas na Galeria Angelos e Teodoro Braga (1978), no Teatro da Paz, em Belém-PA. Na década de 80, o Artista participou de diversas exposições em vários estados brasileiros, como Distrito Federal, Belo Horizonte, Pará e Rio de Janeiro, tornando a sua arte conhecida nacionalmente. Definido como Realismo Fantástico, ela “Apesar de ser nortista, ele não retratou em suas pinturas apenas o regionalismo, preocupou-se também em conscientizar e criticar através de sua arte os homens robóticos, a natureza mecanizada e a vida artificial”.
Serviço
Exposição surrealista intitulada: N.A.V.I (Uma viagem ao Magnífico cérebro assombrado)
Local: Teatro das Bacabeiras, no centro de Macapá.
Período: de 31 de outubro
Hora: 20h
Nenhum comentário:
Postar um comentário
obervadores alternativos